Disco Clássico: “Siamese Dream” garantiu o futuro do Smashing Pumpkins

Capa de “Siamese Dream”, do Smashing Pumpkins

[Por Natasha Ramos]

Todo segundo álbum carrega uma responsabilidade enorme, uma vez que é a partir dele que se define se a banda ou artista veio para ficar ou não. E Siamsese Dream (1993)foi fundamental para o Smashing Pumpkins nesse momento crucial, em que a banda enfrentava problemas com drogas e álcool e conflitos internos.

Para começar, o mentor dos Pumpkings, Billy Corgan, estava passando por uma depressão profunda, conseqüência de uma infância conturbada —seus pais se separaram quando ele tinha 3 anos, e ele, seu irmão mais novo, Rick, e seu pai  foram morar com sua madrasta que, freqüentemente, o agredia físico e emocionalmente. A pressão da nova gravadora, Virgin Records, para que o segundo disco superasse o bem-recebido Gish (1991) também não ajudava muito no processo criativo.

Além disso, o baterista Jimmy Chamberlon enfrentava problemas com drogas e álcool, o que fez com que eles optassem por gravar o álbum em um estúdio na Geórgia, longe de Chicago, pois assim Chamberlon teria maior dificuldade para alimentar seu vício.

O guitarrista James Iha e a baixista D’arcy Wretzky se desentendiam constantemente e não se mostravam tão comprometidos com o disco quanto Corgan esperava. Diz-se que ele tocou a maioria dos instrumentos sozinho, boato que ele confirmou mais tarde em entrevista.

Para completar, o perfeccionismo do líder do grupo fez com que as sessões de gravação do álbum durassem cerca de 16 horas diárias, o que levou a banda à exaustão e os fez depositar toda a sua esperança em Siamese Dream.

Caso fracassassem, o futuro da banda estaria ameaçado. Mas, felizmente, o disco além de projetar a banda e estabelecer seu lugar no cenário do rock’n’roll daquela época, gerou clássicos memoráveis.

Corgan confronta fantasmas do passado em “Disarm” (seus pais) e “Spaceboy” (seu meio-irmão portador de deficiência) e abre feridas em “Soma” (esta conta com a participação de Mike Mills do R.E.M.). Além dessas,  “Cherub Rock” e “Today” marcariam definitivamente o cenário do rock da década de 90.

O disco estreou no top 10 da norte-americana Billboard e as vendas ultrapassaram as quatro milhões de cópias em três anos. Apesar dos números, muitos críticos argumentaram que Siamese Dream é bom mas que Mellon Collie and the Infinite Sadness —o disco duplo que se seguiu em 1995— é genial. Mas, vale lembrar que sem Siamese Dream, provavelmente o terceiro disco não viria.

Sem contar que foi com esse disco que a banda conseguiu a primeira nomeação para o Grammy Awards, nas categorias “Best Alternative Music Album” e “Best Hard Rock Performance with Vocal”, em 1994.

Ao lado de Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, dentre outras, a Smashing Pumpkins ajudou a definir a cena musical da década de 90. E foi a partir de Siamese Dream que a banda provou seu valor e ajudou a moldar o que seria o rock alternativo.

Assista ao clipe “Disarm”:

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