A Subculture Party da Fred Perry

Segunda festa realizada em São Paulo pela inglesa Fred Perry, a Subculture Party representou bem a identidade da marca

Discotecagem em vinil na Subculture Party. Foto: Vitor K Neves

[Por Natasha Ramos]

A Fred Perry, marca de roupas criada na década de 1940 que tem sua história intrinsecamente ligada à música e às subculturas inglesas, realizou a sua Subculture Party no último sábado (14), no clube Astronete, localizado no Baixo Augusta, em São Paulo.

A festa ocorreu após seis meses da inauguração da primeira loja da Fred Perry no Brasil, localizada no shopping Cidade Jardim, na capital paulista. Na época, havia sido realizada uma festa de inauguração nos moldes “evento de moda”, também em São Paulo, com direito a atores globais entre o público, e que não tinha nada a ver com a identidade da marca.

Desde a década de 60, a Fred Perry tem sido adotada por subculturas inglesas, como a skinhead tradicional (não confundir com os neonazistas), como parte de sua vestimenta. O movimento skinhead, em sua origem, é operário e multiétnico, seus membros ouvem estilos de música jamaicanos, e comumente usam as camisas pólo da Fred Perry como parte de suas vestimentas.

Essa relação da marca britânica com as subculturas é tão presente que, inclusive, no site da empresa há uma seção intitulada “Subculture” , voltada a iniciativas musicais não apenas de novos talentos ao redor do mundo, como também a artistas que estabeleceram um relacionamento de longa data com a marca.

Público na Subculture Party, no Astronete Bar. Foto: Natasha Ramos

Assim, na festa  da Fred Perry em solo tupiniquim, nada mais justo que resgatar esse engajamento de moda e música num só evento.

Foi então que Felix Barreira, a.k.a. Gordão, e seu amigo Gabriel Daher, a.k.a. Biel, resolveram enviar o projeto da Subculture Party para a aprovação da marca. “O Biel, que trampa numa produtora que presta serviço para Fred Perry, escreveu um projeto falando da ligação da marca com as subculturas inglesas e mandou para eles, que abraçaram a ideia”, conta Felix.

Felix durante sua discotecagem na Subculture Party. Foto: Natasha Ramos

A festa contou com mais dois DJs: Bruno Pereira, a.k.a. Gringo, e Alexandre Fanucchi, a.k.a. Kalota, e dentre as músicas da festa não faltaram  bandas/artistas, como Azie Lawrence, Skatalites, Stranger Cole & Ken Boothe, Blues Busters, Don Drummond, Speedies, Rudi, The Clash, Blondie, Buzzcocks, Bijou e por aí vai.

“Eu toco ska, rocksteady e skinhead reggae há muito tempo e meu trabalho já é conhecido na cena de São Paulo”, explica Felix, membro do soundsystem Reggay420, um dos projetos pioneiros no estilo no Brasil, que, desde 2006, vem difundindo a velha guarda da música jamaicana, não só aqui, mas em países como Argentina, Colômbia, Paraguai e Jamaica.

Público curtindo o som na Subculture Party. Foto: Natasha Ramos

“Fizemos a festa Subculture Party, na linha do trampo que o Don Letts fez com eles ano passado”, explica.

Em 2012, Don Letts, cineasta e músico, conhecido como a pessoa que  reuniu, por meio de sua discotecagem em clubes como o Roxy, os gêneros punk e reggae,  realizou, a convite da Fred Perry, uma série de vídeos documentais sobre a moda em subculturas da música britânica e a relação desses movimentos com a marca.

Criada, originalmente, pelo famoso tenista britânico Frederick John Perry  e pelo jogador de futebol austríaco Tibby Wegner para oferecer artigos esportivos, a Fred Perry se reconfigurou nos anos 60 e, de lá para cá, estabeleceu uma relação próxima com os estilos de rua britânicos surgidos desde então e que naturalmente adotaram a marca. Assim  a empresa se define: “Dos mods originais dos anos 50, nouthern soul, até o punk e ska, a Fred Perry sempre desempenhou um papel fundamental na aparência, como faz até hoje”.

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