Pin Ups encerra carreira de 25 anos com show em São Paulo

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Banda precursora na cena indie nacional anuncia o fim da carreira de 25 anos e faz show de clássicos e homenagens

Texto por Sara Puerta, do site Cottonete
Fotos por Natasha Ramos

A banda paulistana Pin Ups, uma das pioneiras do cenário indie paulista dos anos 90, fez uma apresentação memorável nesse sábado (14), na Choperia do Sesc Pompéia, em São Paulo.

Com a casa quase lotada e grandes sons que marcaram a vida dos seguidores e entusiastas da cena alternativa, a banda fez um show emocionado, anunciado como o encerramento da banda nos palcos. Foi a última apresentação em São Paulo e de lá a banda planeja apresentações em outras cidades, também em ritmo da despedida.

Enquanto eram anunciados pelo Sesc, o telão exibia as diversas formações da banda e reportagens em que figuraram na “ Era dos Zines”, predominantemente nos anos 90, apresentando uma retrospectiva da jornada do grupo.

Com cerca de 1 hora de apresentação e 20 músicas no repertório, Alê Briganti (baixo e vocal), Zé Antônio Algodoal (guitarra e vocal) e Flavio Cavichioli (bateria), empolgaram o público. Cheios de graça e bastante à vontade, interagiram com a galera e representavam uma espécie de programa de auditório chamando convidados que se revezavam na guitarra e no vocal.

Adriano Cintra (Cansei de Ser Sexy, Madri) iniciou e finalizou o show na guitarra, e como Alê apresentou: “Adriano na guitarra, substituindo a insubstituível Eliane” – a Eliane Tostone, guitarrista da banda de 1997 a 2001 .

Na esquerdam Adriano Cintra toca quitarra no show do Pin Ups. Do lado direito, Zé Antônio Algodoal, integrante da banda.
Na esquerda, Adriano Cintra toca quitarra no show do Pin Ups. Na direita, Zé Antônio Algodoal, integrante da banda.

Entre os convidados no palco, Rodrigo Gozo , da banda Killing Chainsaw, Rodrigo Carneiro (Mickey Junkies), que arrepiou nos vocais de “Sonic Butterflies”, primeira música do primeiro álbum da banda, Time Will Burn, que em 2015 comemorou 25 anos. O disco de estreia também foi rememorado, com a participação de Mario Bross, da banda paulistana Wry, interpretando “You´re not the one”.

As clássicas “Guts”, “These days”, “ Loneliness” e “ To all your friends” botaram todo mundo para agitar, mostrando que os fãs e a banda continuam afinados.

Roberto Cotrim, dono do lendário – e extinto – Espaço Retrô, casa de shows na Santa Cecília, estava presente e foi homenageado pelo Pin Ups. Considerado o local que mais deu espaço para as bandas independentes dos anos 90, para muitos foi a casa mais importante do cenário underground em São Paulo. Outras personalidades daquela cena, como o jornalista musical, Humberto Finatti, também estiveram presentes no show, prestigiando a banda.

Pin Ups – Abre Alas!
A banda , ao longo da trajetória , iniciada em 1988 teve diversas formações, Zé Antônio é o único integrante a estar em todas etapas. Lançaram ao todo seis álbuns – com estilo bastante variados, do lento e melódio à levada do início do punk, com muita guitarra, variando entre gritos e vozes sussurradas. Na sua discografia cabe até uma trilogia de nomes com referência ao cinema – Jodie Foster (1995), Lee Marvin (1997) e Bruce Lee ( 1999).

São referência na música e considerados visionários. Quando as guitarras distorcidas do Pin Ups já eram famigeradas no Espaço Retrô, no início dos anos 90, também chegavam por essas terras os sons do Jesus and Mary Chain, Primal Scream e Stone Roses. A banda foi pioneira na cena independente nos anos 90 , abriu alas para uma série de outras e fortaleceu o underground brasileiro.

Em 2001, Zé Antônio anunciou o fim do Pin Ups. Porém, por diversas vezes realizaram reuniões para agraciar o público, como aconteceu na Virada Cultural de 2012.

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Rodrigo Gozo, da banda Killing Chainsaw

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Mario Bross, da banda Wry

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Rodrigo Carneiro, nos vocais de “Sonic Butterflies”

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