Baile Sagarana chega à sua 10ª edição no bar dos refugiados

Sagarana #9, no bar Dusie, na Barra Funda
Sagarana #9, no bar Dusie, na Barra Funda

Uma festa com clima intimista que toca boa música em vinil e reúne amigos e amigos de amigos

[Por Natasha Ramos]

Tudo começou despretensiosamente: festas agitadas em casa que reuniam amigos, embaladas com uma boa seleção de música brasileira tocada em vinil. Do aconchego dos lares para as pistas de bares da noite paulista foi um pulo e, hoje, a Sagarana – Um Canto Heroico é uma das mais animadas e interessantes festas de São Paulo.

“A gente fazia festas em casa e sempre rolava muito vinil. E a coisa era agitada. Coincidiu de na mesma época uns amigos abrirem um bar na Liberdade. Aí, tivemos a ideia de transportar a festa para um lugar público e extrapolar esta experiência caseira para algo maior. A festinha foi um sucesso e aí empolgamos. A ideia sempre foi diversão e vinil”, explica Rafael Minoro, jornalista e um dos idealizadores da festa.

Além de Minoro, a festa é idealizada pelos cineastas Fábio Bardella e Filipe Augusto, e acontece desde 2015. Já passou pelo “Cortiço”, bar localizado no bairro da Liberdade, migrou para o Dusie, antigo bar do Márcio Custódio, da Locomotiva Discos, na Barra Funda, e agora chega ao Al Janiah, hypado bar dos palestinos refugiados em São Paulo localizado na região do Bixiga.

Filipe Augusto e Fábio Bardella na discotecagem da Sagarana #9
Filipe Augusto e Fábio Bardella na discotecagem da Sagarana #9

“A gente já frequentava o Al Janiah quando ele era ali nas proximidades da av. 9 de julho, e sempre acusamos que a festa tinha a cara do lugar. Quando os antigos proprietários do Duesie passaram o bar para frente, a gente viu que era hora de mudar de lugar. E o Al Janiah mudou para o Bixiga, que é uma bairro que a gente adora também. Então, tudo casou: a causa dos refugiados, que a festa apoia irrestritamente, e as mudanças de locais”, conta Minoro.

A fama da festa precede a Sagarana. É uma verdadeira celebração, uma ode a quem dança. É só mencionar a tal folia que as pessoas já se ouriçam e perguntam: “Quando e onde?”. O que causa isso, no entanto, permanece desconhecido. Será o engajamento entre luta e festa que a Sagarana inspira? Será o som tocado impecavelmente em vinil ou o clima de proximidade entre as pessoas que faz da festa uma verdadeira zona autônoma temporária? Nem os idealizadores da festa saberiam dizer.

“Não sei dizer o que é. Mas, acho que a gente gosta tanto de fazer festa e receber as pessoas que a nossa festa acaba sendo meio que uma reunião de amigos e amigos de amigos e amigos de amigos de amigos, o que torna a festa intimista”, arrisca Minoro.

Márcio Custódio e Rafael Minoro, durante a Sagarana #9.
Márcio Custódio e Rafael Minoro, durante a Sagarana #9.

Para esta décima edição, não pode faltar a já tradicional SagaCana, cachaça dos alpes jundiaienses, que fica disponível durante toda a festa – “Venha provar o néctar que faz a gente lamber a pista e sair do chão, flutuar”, diz na descrição do evento no Facebook -, além da bandeira gigantesca com o símbolo da festa, as projeções psicodélicas que ficam a cargo da Estratosféricos, e claro a discotecagem a cargo de Fábio Bardela e Filipe Augusto. Para abrir a festa, o DJ convidado JJBZ vai mandar um som das 22h às 23h30. Um pouco da pira sonora do JJBZ pode ser conferida aqui.

“Nosso baile, brothers e sisters, é para todxs. Aqui, machismo, racismo, lgbtfobia passam longe. O que a gente quer é trocar, respeitar e lutar. Toda forma de opressão é repudiada. Xô!”, convidam os idealizadores.

sagarana

Baile Sagarana – Um Canto Heroico #10

Quando: Quinta-feira, 13 de abril, às 23h
Onde: Al Janiah​ – Rua Rui Barbosa, 269 – Bixiga
Quanto: R$ 7 golpinhos (revertidos para a casa e para os custos da festa)

Alguns sons que rolam durante a Sagarana:

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