Movimento Elefantes reúne grandes bandas de sopro brasileiras

Foto: Marcelo de Breyne
Banda Jazzco. Foto: Marcelo de Breyne

[Por Natasha Ramos]

Iniciativa inédita, o Movimento Elefantes é um coletivo de bandas de sopro (orquestras ou big bands) formado no início de 2009 integrado hoje por treze grupos paulistas: Banda Urbana, Projeto Coisa Fina, Projeto Meretrio (atualmente em turnê pela Europa), Big Band da Santa, Grupo Comboio, Orquestra HB, Banda Savana, Freedom Big Band, Banda Arruda Brasil, Speaking Jazz, SP Jazz Big Band, Ensemble Brasileiro e Banda Jazzco.

O Palco Anternativo foi atrás do Amador Bueno, contabaixista e fundador da Banda Jazzco, para saber mais sobre o Movimento. Confira na entrevista abaixo!

Palco Alternativo: Qual a proposta do movimento Elefantes?
Amador Bueno: É a primeira vez que um coletivo de big bands se reúne para difundir e formar público para a música instrumental por meio de ações colaborativas. Todos os grupos trabalham com músicas autorais, além de interpretarem grandes compositores brasileiros, latinos e do jazz, com destaque para Moacir Santos, Duke Ellington e Thad Jones. Durante o primeiro ano de existência, o movimento estabeleceu parcerias com teatros, casas de show e bares paulistas, criando um circuito alternativo de música instrumental.

A Sala Crisantempo, o Teatro da Vila, o Centro Cultural Rio Verde e o Centro Cultural São Paulo são alguns dos lugares que receberam os Elefantes, em temporadas nas quais apresentaram um ou dois grupos diferentes a cada semana.

Palco: De quem foi a iniciativa de criar esse projeto?

A.B.: Foi uma iniciativa coletiva de vários músicos que se encontraram há exatos seis anos em um estúdio no qual estavam os representantes de seis bandas. Depois disso, convidamos mais três bandas para integrar o coletivo e hoje somos 13 bandas, apesar da saída de duas bandas.

Palco: Qual foi o critério de escolha das bandas para integrarem o projeto?

A.B.: O critério foi ser uma banda de sopros, com uma seção de metais, saxofones, trombones e trompetes, apenas uma banda a Orquestra HB tem cantora e a nova participante Ensemble Brasileiro às vezes se apresenta com uma cantora, mas basicamente as bandas são com formações instrumentais com o intuito de divulgar a musica instrumental na formação de Big Bands.

Projeto Coisa Fina, que integra o Movimento Elefantes. Foto: Antonio Brasiliano
Projeto Coisa Fina, que integra o Movimento Elefantes. Foto: Antonio Brasiliano

Palco: Fale sobre os trabalhos gravados do coletivo e onde os elefantes já se apresentaram. 

A.B.: Em 2009, foi o lançamento do DVDê – Movimento Elefantes no evento Estação Catraca Livre, no Centro Cultural Rio Verde. O material partiu da compilação de um videoclipe de cada banda pertencente ao coletivo até então. O resultado traz nove videoclipes alinhavados pelo roteiro do diretor Pedro Dantas.

Em 2010, o Movimento teve como objetivo principal a disseminação da música instrumental na capital paulistana e, durante o ano todo, organizou shows às segundas-feiras no Teatro da Vila e no segundo semestre lançou um CD por mês, de cinco de suas Big Bands, no Museu da Casa Brasileira.

Em 2010, os maiores esforços do Movimento concentraram-se em apresentar ao público CDs de bandas do coletivo (Banda Jazzco, Projeto Coisa Fina, Big Band da Santa, Banda Urbana e Orquestra HeartBreakers) e o primeiro CD do coletivo. Os lançamentos aconteceram no Museu da Casa Brasileira de junho a dezembro.

Para a realização do “CDÊ – Movimento Elefantes” o coletivo lançou mão do mecanismo de crowdfunding (financiamento colaborativo) pelo site http://catarse.me/pt, além de contar com a colaboração de parceiros e dos próprios músicos. O CD segue a lógica do DVDê, e é distribuído gratuitamente– ouça e passe para outro.

Em 2011 o coletivo deu seqüência às apresentações no Teatro da Vila, às segundas-feiras e inaugurou mais uma temporada – no Espaço Cultural Serralheria – com intuito de ampliar o circuito de música instrumental para o bairro da Lapa. Com a desativação do Teatro da Vila o Movimento Elefantes passou a se apresentar semanalmente, às segundas-feiras, na Central das Artes, em Perdizes para mostrar o repertório e as novas composições das Big Bands.

O valor cobrado pelo ingresso, na maioria dos shows, fica a critério do público, em uma proposta que ficou conhecida como “Pague quanto vale” – cada espectador contribui no final da apresentação com a quantia que desejar – uma iniciativa que valoriza a democratização e o livre acesso à cultura.

Palco: em 2002, o Movimento Elefantes recebeu o Prêmio Economia Criativa. Fale um pouco sobre isso. 

A.B.: Em 2012, o coletivo recebeu do Ministério da Cultura, o Prêmio Economia Criativa na categoria Gestão de Empreendimentos. O Movimento Elefantes foi contemplado em 40º lugar entre 100 selecionados no edital de fomento à iniciativas empreendedoras e inovadoras. O prêmio ratifica o modelo de gestão do coletivo e os três anos de ações colaborativas para difundir a música instrumental brasileira.

Palco: Quais os futuros passos?

A.b.: Firmar novas parcerias, gravar CDs, promover e participar de festivais. ::

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