Jonathan Richman, o trovador moderno

Jonathan Richman durante apresentação no SESC Pompeia. Foto: Natasha Ramos

[Natasha Ramos]  Jonathan Richman, cantor e guitarrista norte-americano, fundador da extinta Modern Lovers, veio pela primeira vez à América do Sul para tocar para um público de moderninhos na noite de quinta-feira (15/4), na choperia do SESC Pompeia.

O músico underground, que influenciou nomes como o ex-líder do Velvet Underground Lou Reed, Brian Eno, Joey Ramone, David Bowie, Elvis Costello, Clash e Sex Pistols, acompanhado de seu violão e seu único companheiro de banda, o baterista Tommy Larkins, reuniu admiradores moderninhos que, ao final da apresentação, dançavam sem parar.

Inevitável comentar o gingado e carisma de Richman que cativou a todos os presentes. No começo ele arriscou algumas palavras em português, mas logo depois, falando em inglês, disse que não sabia falar muito bem a língua tupiniquim, apesar de falar outras como espanhol, itaniano, francês…

Destaque para as músicas “Pablo Picasso”, “Old World”, a maravilhosa “Because her beauty is raw and wild” e a animada “I Was Dancing in the Lesbian Bar”, com direito a dancinhas e “Legals” de Richman e palmas da galera que acompanhava a batida da música.

Perto do final da apresentação, os rapazes com suas camisas xadrez e bigodes dançavam animadamente bem na frente do palco. Jonathan, então, termina a musica, faz menção de sair, mas o público clama por pelo menos mais uma música. O baterista já havia saído, e Jonathan se vê tendo de ir, mas demonstrando vontade de permanecer e atender ao pedido de seus fãs. É então que ele, sem violão, sem bateria, nem cowbells, nem instrumento algum, cantarola uma música em italiano como um trovador moderno e se despede elegantemente com um “Arrivederci!”.

Histórico

Em 1970, Jonathan formou a The Modern Lovers, uma banda que marcou a história do gênero nos anos 70 sob a influência do Velvet Underground, e da qual saíram os membros do Talking Heads e The Cars.

Em 1979, Richman começou carreira solo e embarcou em estilos sonoros mais próximos do folk country a partir de uma ótica new wave. Com mais de 20 CDs lançados, ele nunca parou de compor e de fazer apresentações em todo o mundo.

Ao longo da carreira Richman foi além da formação de banda e concentrou-se nas letras, além de reduzir a instrumentação de suas canções para tocar com o acompanhamento macio de uma bateria. Sua obsessão pela simplicidade acústica o torna um dos artistas mais raros do universo musical.

Em 1994, lançou um álbum totalmente em castelhano: “Te vas a emocionar”, repleto de canções mexicanas, espanholas e equatorianas, entre outras, que o influenciaram de maneira marcante. Ele também compôs em italiano e francês.

Amigo e colaborador de Lou Reed, adorado pelos Ramones e idolatrado pelos irmãos e cineastas Farrelly, que o incluíram no filme “Something About Mary”, Jonathan deixou o palco, deixando saudade em seus admiradores.

Jonathan Richman e o baterista Tommy Larkins. Foto: Natasha RamosFoto: Natasha Ramos

Foto: Natasha Ramos
Jonathan tocando cowbell. Foto: Natasha Ramos

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