#JáOuviu? La Luz

La Luz combina riffs de surf music com harmonias de girl-groups em músicas que são mais obscuras do que parecem

[Por Natasha Ramos]

Não se deixe enganar pela doçura das vozes das integrantes do La Luz. As meninas de Seattle, são muito mais que um rostinho bonito na música alternativa. Além de trazer a interessante combinação sonora entre surf music e girl groups, a banda apresenta um quê de escuridão que torna o trabalho delas tão feroz e brilhante. Se você piscar, vai certamente perder sorrateiro e misterioso escorregar de uma certa inquietação para suas canções cheias de alegria, de “ooohhhs” e “aaahhhs”. #JáOuviu a La Luz? Então, escute, que não vai se arrepender.

Quem: La Luz é uma banda de meninas que toca uma surf music diferentona, com notas de teclado psicodélico, que por vezes soa como um órgão, e vozes femininas que se combinam harmonicamente. Shana Cleveland (guitarrista e vocalista), Marian Li Pino (baterista e vocals), Alice Sandahl (teclado e vocals) e Lena Simon (baixista e vocals) comandam a banda, e nos momentos mais enérgicos de seus shows não é raro ver dancinhas inspiradas no programa de TV dos anos 70, Soul Train.

De onde vem: As meninas vêm da terra do Nirvana, Seattle. Mas, se mudaram no final de 2015 para a ensolarada Los Angeles.

Quem vai gostar: Apreciadores de surf music à The Ventures e Dick Dale e girl groups como The Shirelles. As meninas são um mix disso tudo com uma pitada psicodélica.

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O que já fizeram: A banda tem dois álbuns de estúdio – It’s Alive (2013) e Weirdo Shrine (2015), ambos lançados pelo selo independente Hardly Art – e um EP intitulado Damo Face, lançado em 2012 pelo também independente Burguer Records. O segundo disco, Weirdo Shrine, foi produzido pelo veterando do garage rock Ty Segall, cuja influência resultou num disco que soa como se tivesse sido gravado ao vivo, sacrificando um pouco a perfeição técnica por um som mais orgânico e visceral, que Ty sentia ser a essência do La Luz. Este mais recente disco rendeu para a banda uma turnê internacional e críticas positivas da mídia especializada.

Por que ouvir: Essa mistura da surf music com as vozes femininas soa no mínimo inusitado. Além disso, uma banda nova como elas que receberam resenhas positivas de veículos de comunicação de peso como The Guardian, Pitchfork e The New York Times merece atenção. Ben Ratliff, crítico do Times disse “No novo álbum da La Luz, Weirdo Shrine, o que primeiro parece displicente e frágil, é, na verdade, resistente, apaixonado, misterioso e totalmente comprometido”.

Por onde começar: Comece pelo último disco, Weirdo Shrine, que foi inspirado na graphic novel “Black Hole”, criada pelo cartunista americano Charles Burns. Na HQ, adolescentes dos anos 1970, em Seattle, espalham uma doença bizarra, sexualmente transmissível, com sintomas variados, como fazer crescer um rabo ou derreter a pele, ou crescer uma pequena boca embaixo da clavícula que sussurra segredos enquanto você dorme. Algumas crianças se tornam extremamente deformadas, enquanto outras conseguem esconder suas partes desfiguradas embaixo de ataduras e das roupas. Enquanto as letras trazem esse ambiente noir, as melodias soam doces e leves como uma brisa de verão.

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