Unknown Mortal Orchestra, American Football e Thus Love no Balaclava Fest. Saiba como foi!

Conferimos o show das bandas que se apresentaram no Balaclava Fest 2023 e contamos para você como foi!

Vocalista, guitarrista e compositor Ruban Nielson, da Unknown Mortal Orchestra no show deste domingo (19) no Balaclava Fest.

Fotos por Natasha Ramos

Neste domingo (19/11), a equipe do Palco foi conferir os shows no Balaclava Fest, um dos festivais mais interessantes de São Paulo, que já trouxe, em 2015, ninguém menos que Mac McCaughan, vocalista e guitarrista da banda de indie rock Superchunk. Mais robusta do que a edição de oito anos atrás, a edição de 2023 do festival foi realizada na Tokio Marine Hall, na zona sul de São Paulo, e contou com dois palcos para receber um lineup dedicado aos fãs de rock alternativo de diversas vertentes e países: Terraplana + Shower Curtain (Brasil), PVA (Inglaterra), Hatchie (Austrália), Whitney (EUA), American Football (EUA), Thus Love (EUA) e Unknown Mortal Orchestra (Nova Zelândia). Conferimos os shows destas três últimas e trazemos fotos e algumas das impressões para vocês.

American Football

Pela primeira vez no Brasil, a American Football embalou o público com seu “real emo”, uma fusão de emo, indie rock e, em alguns casos, elementos de post-rock.

A pista estava cheia para testemunhar o espetáculo da banda. A performance foi marcada pela entrega de canções com arranjos musicais complexos e melodias cativantes que se entrelaçavam. A estrutura não convencional das composições da American Football criou uma atmosfera única, carregada de emoção, envolvendo completamente o público na experiência musical.

Do meio para o fim do show, o simpático vocalista Mike Kinsellam disse: “nós somos de Chicago, quando quiserem ir para lá, podem ficar na minha casa”.

A canção que encerraria a apresentação foi ‘Never Meant’, do álbum début da banda. Neste momento, a pista se iluminou instantaneamente com telas de celulares capturando a performance dos caras, enquanto as vozes na plateia se uniam em um coro “ôoooooh”, ecoando pelo local e sobrepondo o icônico riff inicial da música.

A banda que reúne 12 anos de carreira, entre idas e vindas, fez sucesso com seu álbum de estreia autointitulado, de 1999, e depois se separou, para retornar 15 anos depois. O disco mais recente, de 2019, também é homônimo.

Thus Love

O trio estadunidense Thus Love surpreendeu positivamente a equipe do Palco. Banda com atitude, interessante de ver ao vivo. Formada pelo vocalista e guitarrista Echo Mars, o baterista Lu Racine e a baixista Ally Juleen, o grupo toca um som autoidentificado como “queer punk”, com ares do post-punk oitentista e um pézinho no dance rock.

Quem escuta o vozerão de Mars nas canções gravadas não imagina que ele é novo como aparenta. Se fossemos apostar, diríamos que não tem mais que 25 anos. Mas, a pouca idade não quer dizer nada, o guitarrista com um quê de Sid Vicious entrega uma performance enérgica ao vivo. Não só ele, aliás. A baixista e suas caras e bocas também eram um show à parte.

Em um momento da apresentação, Mars se volta para o público e expressa: “É uma honra estar aqui hoje”. Seguindo, agradece não apenas aos espectadores, mas também à equipe de apoio, reconhecendo o trabalho dos bartenders e das pessoas responsáveis pela limpeza.

O setlist incluiu “Inamorato”, presente no álbum de estreia Memorial, lançado em 2022. Apesar da banda ter sido formada não faz muito tempo, durante a pandemia, seu álbum de estreia já angariou destaque em veículos conceituados como NME e BBC, evidenciando o potencial do grupo em um tempo relativamente curto desde sua formação.

Unknown Mortal Orchestra

Encerrando o Balaclava Fest, a headliner Unknown Mortal Orchestra (UMO) demonstrou sua mistura única de rock psicodélico, com elementos de indie rock, funk e R&B. Desde sua formação em 2010 pelo músico neozelandês Ruban Nielson, a UMO se destacou por seu som distintivo e eclético, caracterizado por fusões criativas, combinando letras introspectivas com arranjos sonoros complexos e experimentais.

A banda entregou um show para fã, quem realmente curte o som dos caras. Quem não estava familiarizado, pode ter achado o show um pouco enfadonho em alguns momentos mais mornos da apresentação, quando tocaram músicas pouco conhecidas que não empolgavam tanto. A presença de fumaça no palco, embora atmosférica, prejudicou a visibilidade, frequentemente encobrindo os membros da banda na névoa.

Um aspecto cativante da UMO é a abordagem não convencional ao tocar suas músicas ao vivo, oferecendo espécies de versões estendidas das faixas repletas de experimentação e psicodelia. Apesar dos momentos introspectivos de experimentação, o vocalista não hesitou em interagir com o público em um ou outro momento, compartilhando breves palavras de carinho: “Como estão vocês? Estão bem? Eu realmente amo vocês, você sabem disso? Amo o Brasil”.

O setlist não decepcionou, apresentando sucessos como “Swim and Sleep (Like a Shark)” e “So Good at Being in Trouble”, do álbum II de 2013, além da esperada “Multi-Love”, faixa-título do álbum lançado em 2015, aclamado pela crítica especializada e incluído em diversas listas de melhores álbuns do ano por veículos como Pitchfork, NME e Rolling Stone. A banda tem cinco discos lançados desde 2011, sendo que o mais recente, V, saiu em março deste ano.

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